Cláudia Moura - Médica dentista
Fisiovar
Mais um bom resultado |
Presente nesta edição da Feira
da Saúde, qual lhe parece ser a tendência dos cuidados de higiene oral dos
nossos alunos?
Registo uma melhoria significativa, comparativamente com os anos
anteriores. Noto que havia muitos problemas associados a casos sociais graves,
o que já não se verifica tanto. E praticamente no final deste dia, só detetei
dois casos que requerem outro acompanhamento.
A higiene oral confina-se ao
tratamento dentário?
Não. A higiene oral interfere muito com
a imagem social que cada um revela. Pensando concretamente na idade dos alunos
que rastreámos, os cuidados com a nossa higiene oral são cada vez um cartão de
visita, quer queiramos, quer não. Por exemplo, os jovens já têm a noção de que
a procura de emprego pode ficar condicionada pela falta de cuidados de saúde, o
que os leva a procurar mais o médico e a programar novos regimes de tratamento.
Que mensagem deixa aos nossos alunos, para que estas melhorias
continuem a verificar-se?
É preciso fazê-los ver que, se não for
o próprio jovem a cuidar de si, mais ninguém o faz. E não deve pensar apenas na
saúde oral, mas no todo que é o seu organismo. Embora muitas pessoas não
valorizem devidamente os cuidados de higiene dentária, é importante sublinhar
que a saúde oral interfere muito significativamente no bem-estar geral de cada
um. O caminho só pode ser um: o da prevenção. O Estado tem aqui uma
responsabilidade acrescida, ao manter o auxílio fornecido através dos
cheques-dentista, muito especialmente àquelas famílias de menores recursos
financeiros.
Prevê novas melhorias nos cuidados de saúde oral, após o
alargamento da idade de benefício?
Não
tenho qualquer dúvida. Num prazo de dois, três anos, havemos de ter bons
resultados em alunos mais velhos que aqueles que neste dia acompanhámos, o que
faz prever excelentes resultados. A comparação que hoje fazemos com os dados de
há quatro anos, permitem-nos afirmar que estes esforços valeram a pena, apesar
de sabermos que ainda há famílias que não valorizam os investimentos na saúde.
Em suma, há que prosseguir o caminho da informação, incentivando hábitos
saudáveis em meio familiar.
Entrevista conduzida por Hélder Ramos
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