sexta-feira, 24 de maio de 2013

I FEIRA DA SAÚDE

UMA ESCOLA SÃ

A primeira edição da Feira da Saúde, levada a efeito na nossa Escola, no passado dia 21, cumpriu todos os objetivos.
Integrada nas ações do PES (Programa de Educação para a Saúde), a iniciativa teve a estreita colaboração da Associação de Pais, mais diretamente na pessoa do seu Presidente, Guilherme Enguião, para além de empresas e entidades ligadas à prestação de cuidados de saúde.
O certame deu a conhecer as diversas responsabilidades próprias da área de saúde e nele estiveram expostos produtos e serviços disponibilizados pela dúzia e meia de instituições e representações participantes.
Os serviços mais procurados pelos alunos foram as massagens, bem como os rastreios de saúde oral, da diabetes, de hipertensão e de acuidade visual, setores cuja afluência permitiu reconhecer que “a aposta por este género de iniciativa vai ao encontro das necessidades de muitas famílias, que, não podendo recorrer tão assiduamente aos serviços de prestação de cuidados de saúde, como seria desejável, têm uma oportunidade de ficarem a conhecer a sua condição física”, de acordo com Isabel Moutinho, coordenadora do PES.
De acordo com a mesma professora, “trata-se de uma iniciativa para manter no plano de atividades do próximo ano, dado contribuir para a sensibilização da extrema relevância que os cuidados de saúde assumem na gestão de hábitos de vida saudável junto da comunidade educativa”, pelo que a equipa responsável já se encontra a avaliar esta edição, no sentido de programar futuras edições.  


A utilidade dos rastreios
O médico oftalmologista Rui Avelino Resende foi o responsável pelos rastreios visuais, um dos sectores mais procurados no certame. Destacou o sucesso do rastreio e referiu-se à amostra recolhida, que permite concluir que há necessidade de cuidar da visão em cerca de 40% do total de alunos observados, porque esta oportunidade é também um problema de saúde pública.
O médico especialista reconhece que “muito frequentemente os resultados escolares são condicionados pelas limitações associadas aos problemas de visão. Isto porque nem sempre os professores associam os maus resultados escolares às carências de ordem visual, pois não conseguem descobrir as deficiências sentidas nos alunos, que também não as manifestam por receio”. 
A sua experiência permite assegurar que as patologias mais crónicas do foro visual estão associadas às classes sociais mais desfavorecidas, onde os rastreios e tratamentos são mais negligenciados. Para além disso, lembra que o adiamento de consultas é uma falha transversal à sociedade portuguesa, porque fazer passar a mensagem de preservação da saúde é muito difícil. A mensagem que os médicos e restantes profissionais de saúde transmitem é sempre positiva, apesar de certas barreiras impostas pelo senso-comum. Quantas vezes os pais acham que o uso de lentes resolve o problema ad eternum, o que não é bem assim, porque a vigilância deve ser periódica. Daí a extrema importância destas iniciativas.

Texto: Hélder Ramos
Fotos: Isabel Moutinho e António Sá

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