sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Molière - 15 janeiro 1622


A 15 de janeiro de 1622, nasce, em Paris, o dramaturgo, ator e encenador francês Jean-Baptiste Poquelin, mais conhecido como Molière.

O panorama teatral francês encontrava-se muito dependente das temáticas da mitologia grega. Assim com o fez Gil Vicente, Molière, nascido 157 anos depois do introdutor do Teatro em Portugal, utilizou as suas obras pra criticar os costumes da época, sendo considerado o fundador indireto da Comédie-Française.

Entre a sua vasta obra teatral, destacamos Le Malade Imaginaire, já levado à cena pela maioria das companhias teatrais, incluindo as de países de língua oficial portuguesa, com os atores se expressando na língua de Camões.

 


Aconselhamos a visita online à Documentação digitalizadasobre Molière disponibilizada pela Bibliothèque Nationale de France, clicando aqui: http://data.bnf.fr/11916418/moliere/ 

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Ilse Losa - 6 janeiro 2006

 

    


A 6 de Janeiro de 2006, morre, no Porto, a escritora e tradutora portuguesa Ilse Losa.

Havia nascido a 20 de março de 1913, em Buer, uma pequena aldeia alemã localizada a 125 km de Hannover.

Filha do casal judeu alemão Artur Lieblich e de Hedwig Hirsch Lieblich, é criada, em criança, pelos seus avós paternos Joseph e Fanny, que se encarregam da sua educação.

Anos mais tarde, volta a viver com os seus pais e com Ernest e Fritz, seus irmãos mais novos.

    Estuda nos liceus de Osnabrück e Hildesheim e, posteriormente, no Instituto Comercial de Hanôver.

A morte do pai, vitimado por doença oncológica, deixa a sua família com muitas dificuldades económicas, levando Ilse a partir para a Inglaterra em 1930, a fim de arranjar um trabalho com o qual pudesse ajudar a sustentar os seus familiares.

Nesse país, cuida, durante um ano, de crianças e tem os primeiros contactos com estabelecimentos de ensino infantil, o que mais tarde em muito contribuiria para a sua propensão para escrever livros para crianças. Simultaneamente, aperfeiçoa o seu inglês.

De regresso à Alemanha, encontra o seu país natal envolto na ideologia nazi, com constantes ataques antissemitas. Na sua qualidade de judia, é ameaçada pela Gestapo de ser conduzida a um campo de concentração.

Consegue fugir da Alemanha com a sua mãe, chegando a Portugal em 1934, sendo acolhida na cidade do Porto pelo seu irmão Fritz que já ali vivia consorciado com Florisa Estelita Gonçalves de quem tivera duas filhas: Sílvia e Ângela.


Em 1935, adquire a nacionalidade portuguesa através do seu casamento com o arquiteto Arménio Taveira Losa. Nesse ano, integra uma associação apolítica e não religiosa de mulheres antifascistas e antibélicas, a Associação Feminina Portuguesa para a Paz.

Três anos mais tarde, nasce a sua primeira filha, Alexandra. Onze anos depois, quando decorria o ano de 1949, tem uma segunda filha, Margarida. Nesse ano publica o seu primeiro livro, O mundo em que vivi, onde relata, de forma impressionante e comovente, a sua vida desde a infância até à altura em que teve de abandonar a Alemanha para fugir à perseguição dos nazis.

A partir desta data, passa a dedicar-se à tradução e à literatura infanto-juvenil.

É galardoada duas vezes com o Grande Prémio Gulbenkian de Literatura para Crianças: em 1981, pelo livro Na Quinta das Cerejeiras e, em 1984, pelo conjunto da sua obra dedicada às crianças.

Em 1989, recebe, pelo seu livro Silka, o Prémio Maçã de Ouro, atribuído pela Bienal Internacional de Bratislava.

A 9 de Junho de 1995, é feita Comendadora da Ordem do Infante D. Henrique.

Em 1998, recebe o Grande Prémio de Crónica, da Associação Portuguesa de Escritores pela sua obra À Flor do Tempo.

Colaborou em diversos jornais e revistas, portugueses e alemães, nomeadamente o Jornal de Notícias, O Comércio do Porto, Diário de Notícias, Público, Seara Nova, Jornal das Letras, Vértice, e o Neue Deutsche Literatur.

Traduziu do alemão para português, entre outros autores, Brecht, Anna Seghers, Erich Kästner e Max Frisch, para além do dinarmaquês Andersen. Fez, também, a tradução para português do Diário de Anne Frank. Vários autores portugueses foram por ela traduzidos para alemão.

Na sua obra, é notável a forma dolorosa com que exprime as angústias por que passou na sua vida, sendo vista como estrangeira e estranha no seu país natal e até na sua pátria adotiva.

Apesar de ser mais conhecida pela escrita destinada aos mais novos, a sua obra estende-se ao romance, ao conto e à crónica.

Obras

Literatura infantil

• Faísca Conta a Sua História, 1949

• A Flor Azul e outras Histórias, 1955

• Um Fidalgo de Pernas Curtas, 1958

• Um Artista Chamado Duque, 1965

• A Adivinha, 1967, teatro infantil

• O Quadro Roubado, 1976

• Beatriz e o Plátano, 1977

• João e Guida, 1977, teatro infantil

• O Príncipe Nabo, 1978, teatro infantil

• O Mosquito e o Sr. Pechincha, 1979

• A Minha Melhor História, 1979

• Bonifácio, 1980

• A Estranha História duma Tília, 1981

• O Expositor, 1982

• Na Quinta das Cerejeiras, 1984

• Estas Searas, 1984, contos e crónicas

• Silka, 1989

• Viagem com Wish, 1985

• Ana ou Uma Coisa Nunca Vista, 1986

• O Senhor Leopardo, 1987

• Ora ouve... Histórias Antiquíssimas, 1987, adaptação

• A Visita do Padrinho, 1989

• O rei Rique e Outras Histórias, 1989


Romances

• O Mundo em Que Vivi, 1943

• Histórias Quase Esquecidas, 1950, contos

• Grades Brancas, 1951, poemas em prosa

• Rio Sem Ponte, 1952

• Aqui Havia Uma Casa, 1955 – ilustrações de Pitum Keil do Amaral

• Retta ou o Ciúme da Morte, 1958, contos

• Sob Céus Estranhos, 1962

• Encontros no Outono, 1965, contos

• O Barco Afundado, 1979, contos

• Caminhos Sem Destino, 1991, contos


Crónicas

• Ida e Volta à Procura de Babbitt, 1958

• À Flor do Tempo, 1997