terça-feira, 3 de maio de 2016

Cláudia Moura - Médica dentista
Fisiovar

Mais um bom resultado 
Presente nesta edição da Feira da Saúde, qual lhe parece ser a tendência dos cuidados de higiene oral dos nossos alunos?
Registo uma melhoria significativa, comparativamente com os anos anteriores. Noto que havia muitos problemas associados a casos sociais graves, o que já não se verifica tanto. E praticamente no final deste dia, só detetei dois casos que requerem outro acompanhamento.

A higiene oral confina-se ao tratamento dentário?
Não. A higiene oral interfere muito com a imagem social que cada um revela. Pensando concretamente na idade dos alunos que rastreámos, os cuidados com a nossa higiene oral são cada vez um cartão de visita, quer queiramos, quer não. Por exemplo, os jovens já têm a noção de que a procura de emprego pode ficar condicionada pela falta de cuidados de saúde, o que os leva a procurar mais o médico e a programar novos regimes de tratamento.

Que mensagem deixa aos nossos alunos, para que estas melhorias continuem a verificar-se?
É preciso fazê-los ver que, se não for o próprio jovem a cuidar de si, mais ninguém o faz. E não deve pensar apenas na saúde oral, mas no todo que é o seu organismo. Embora muitas pessoas não valorizem devidamente os cuidados de higiene dentária, é importante sublinhar que a saúde oral interfere muito significativamente no bem-estar geral de cada um. O caminho só pode ser um: o da prevenção. O Estado tem aqui uma responsabilidade acrescida, ao manter o auxílio fornecido através dos cheques-dentista, muito especialmente àquelas famílias de menores recursos financeiros.

Prevê novas melhorias nos cuidados de saúde oral, após o alargamento da idade de benefício?
Não tenho qualquer dúvida. Num prazo de dois, três anos, havemos de ter bons resultados em alunos mais velhos que aqueles que neste dia acompanhámos, o que faz prever excelentes resultados. A comparação que hoje fazemos com os dados de há quatro anos, permitem-nos afirmar que estes esforços valeram a pena, apesar de sabermos que ainda há famílias que não valorizam os investimentos na saúde. Em suma, há que prosseguir o caminho da informação, incentivando hábitos saudáveis em meio familiar.


Entrevista conduzida por Hélder Ramos

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