sábado, 21 de janeiro de 2017

“Narrativas de vida”

ANDRÉ FERNANDES PARTILHOU EMOÇÕES


Em articulação com a Biblioteca Escolar, a turma do Curso Profissional de Receção, do 12º ano, promoveu, no dia 12 de janeiro, mais uma iniciativa integrada no ciclo NARRATIVAS DE VIDA, tendo André Fernandes como convidado principal.

        O tema “A vida é uma escola” foi o mote para uma palestra dirigida especialmente aos alunos e ao papel que cada um espera desempenhar no futuro, tendo o escritor afirmado que o dia de amanhã pode ser o que sonhamos, se nos empenharmos pessoalmente e dermos o melhor do mais íntimo de nós, pois “nascemos com nome, mas crescemos com o verbo amar”. Nesse sentido, “partilhar emoções é, talvez, a missão mais rica de cada ser humano”, abreviou.
        Partindo do exemplo de vida de sua tia na luta contra um cancro, facto que serviu de inspiração ao livro “Tia Guida”, André Fernandes fez notar que devemos converter o sofrimento em aprendizagens, como forma de encarar a vida com gratidão, mesmo nos momentos de maior desânimo. Saber ultrapassar as dificuldades depende seriamente do amor que damos aos outros, quantas vezes manifestado na nossa presença real, que é o maior presente que podemos oferecer aos que mais precisam de nós.
Dirigindo-se aos alunos, André Fernandes afirmou: “a escola é o lugar onde descobrimos quem somos e onde podemos transformar a sociedade, partindo do princípio de que é pela comunicação que ensinamos os outros a gostar de ser quem são, independentemente dos sucessos ou fracassos”, donde a importância de dar espaço à participação de cada interveniente no processo, “para que a semente dê fruto”, concluiu.    
        A palestra foi concluída com uma sessão de autógrafos e os alunos foram convidados a enriquecer um mural com curtas mensagens alusivas aos assuntos partilhados.


PROFESSOR JOAQUIM AZEVEDO
DEU SENTIDOS À ESCOLA ATUAL

Após o almoço, coube ao Professor Doutor Joaquim Azevedo, catedrático da Universidade Católica do Porto, orientar um debate subordinado ao tema: “Se a vida é uma escola, que sentido dar à escola atual?”, na presença do convidado da manhã.

Joaquim Azevedo deu início aos trabalhos, pedindo aos docentes e alunos presentes que dispusessem as cadeiras em círculo, para informalizar o encontro e orientar as diferentes perspetivas no mesmo sentido, porquanto ser um assunto que a todos deve interessar da mesma forma.
Questões associadas aos preconceitos sociais, à metodologia de projeto, ao excessivo recurso às tecnologias, à perceção distorcida da função docente e à formação para os valores, entre outras, foram algumas questões orientadoras do debate, a dada altura centrado na escassa valorização do ensino profissional.
Referindo ter participado na criação do Ensino Profissional, Joaquim Azevedo referiu que os seus princípios fundadores foram adulterados, quando foi implementado nas escolas de matriz mais liceal, de pendor mais teorizante e de formação mais orientada para o Ensino Superior. Para contrariar esta tendência, apontou a metodologia por projetos como mais estimulante e capaz de desenvolver a generalidade das competências dos alunos, apesar de ainda não haver muita abertura para este modelo de ensino.
Este parece ser o maior problema do sistema educativo português, que não propicia diversificadas oportunidades de sucesso pessoal e profissional, por ser “trituradora de alunos diferentes”, disse.
A concluir o debate, Joaquim Azevedo disse que a escola deve estar mais aberta à comunidade e mais comprometida com os percursos de vida dos alunos, sublinhando que “a escola deve ter maior intencionalidade na formação para os valores” e, dirigindo-se especialmente aos alunos, asseverou: “o futuro há de ser o que o coração de cada um quiser; o futuro precisa de valores”. 
Hélder Ramos
Textos e fotos

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